Imagine a seguinte situação: instalar um rádio e uma câmera de ré em um veículo. Fazendo isso no modo convencional, para instalar o rádio, temos que alojá-lo no painel do veículo, fazer com que a alimentação seja fornecida somente se a ignição for ligada, estender os fios para os alto-falantes e colocar uma antena (1). Similarmente, para instalar a câmera de ré temos que escolher um local apropriado na parte traseira do veículo para alojá-la, passar a fiação de alimentação por algum ponto de fornecimento de energia, interromper o sinal através do interruptor da luz de ré da caixa de marchas e passar a fiação do sinal de vídeo de forma que chegue até o painel do veículo, onde será acoplado à uma tela (2).
Para obtermos os sinais provenientes da chave de ignição e do interruptor da luz de ré da transmissão, temos que fazer com que esses cabos passem por esses circuitos específicos, compartilhando o sinal do chaveamento. Além disso, todo o cabeamento necessário à transmissão do som, sinal de antena e vídeo são distintos, sendo estendidos ao longo do chassi do veículo conforme a necessidade. Se mais tarde decidirmos instalar mais uma câmera, por exemplo, todo o trabalho de cabeamento e chaveamento terá que ser repetido.
A execução do mesmo serviço empregando um sistema de informações compartilhada, evita que tenhamos que recorrer ao chaveamento repetitivo à cada novo dispositivo instalado. Em consequência, teremos economia de cabeamento pelo provisionamento de conexões através do chicote principal ou através de chicotes especiais fornecidos junto com o módulo do subsistema (3), no nosso exemplo, informações e entretenimento, como mostrado na figura 2.
Módulos ou ECU’s, do inglês Electronic Control Unit, são pequenos computadores especializados no gerenciamento de seu subsistema. Esses componentes processam informações disponíveis, comandando seus atuadores que irão se adequar à cada situação (4).
Para tornar a solução idealizada através da CAN possível, todos os subsistemas em um veículo, ou ao menos os subsistemas principais, necessitam estar preparados para operar via informação distribuída. Significa que seus módulos de controle devem não apenas cumprir as funções básicas como ler, interpretar e ajustar seu subsistema, como também compartilhar informações através da rede (5).
Tomando a transmissão automatizada (6) como exemplo, a TECU (Transmission Electronic Control Unit) recebe em intervalos de tempo bastante curtos, informações da rede a respeito da rotação do motor, seu torque e posição do acelerador, enquanto sensores internos permitem calcular qual marcha está engatada. Como resposta a esse comjunto de informações, aciona seus atuadores para, por exemplo, abrir a embreagem, solicitar a aceleração do motor para sincronizar as engrenagens, engatar uma marcha mais reduzida e acoplar a embreagem novamente.
Durante esse procedimento, cada etapa do processo será verificada dando ou não prosseguimento ao mesmo. As informações geradas pela TECU são transmitidas à rede para serem utilizadas por outras ECU’s em tempo real.
Em uma rede CAN todos os módulos podem transmitir, processar e enviar dados, não existe um computador central responsável pelo gerenciamento da rede, todos os módulos possuem a mesma prioridade e a importância da mensagem transmitida por qualquer módulo é definida em função de seu conteúdo. Isso permite a implementação da rede na forma de barramento.
Podemos conceituar barramento a partir de uma instalação elétrica de onde saem várias lâmpadas em paralelo:
A grosso modo, eletricamente falando, cada uma das lâmpadas representa a ligação de um módulo na rede CAN, a diferença fundamental é que, enquanto as lâmpadas recebem corrente alternada com frequência constante, na CAN a corrente é contínua, com baixa voltagem, obedecendo a frequências que variam em função da informação transmitida. A tensão de alimentação é distribuida pelo chicote principal, porém por outros dois cabos.
Uma ECU deve estar subdividida em três blocos principais:
O Transceiver é a ponte entre o cabeamento da rede e o módulo, lendo os dados circulantes, passando-os ao controle da CAN. Como todo módulo conectado à rede recebe todas as mensagens circulantes, o Controle da CAN verifica se a mensagem é ou não relevante à sua função. Se for, irá processá-la passando-a para o Controle do Subsistema, e se não for irá ignorá-la. No caminho inverso, as informações do subsistema são lidas pelo Controle da CAN e disponibilizadas na rede através do Transceiver.
As informações são processadas pelas ECU’s em formato binário e disponibilizadas através do Controle da CAN para o Transceiver. Este converte os dados binários em corrente elétrica para passá-los através do cabeamento da rede. No sentido inverso, o Transceiver recebe os sinais elétricos e os converte em código binário para enviá-los ao Controle da CAN.
A intensidade dos sinais elétricos presentes na transmissão de dados pode sofrer alterações em função de ruídos gerados pelo cabeamento da rede. Um dos fatores que influenciam a qualidade da transmissão é a presença de ruídos gerados pela voltagem e corrente no cabeamento que, por ser curto, não consegue dissipar totalmente o sinal que, ao atingir os extremos do cabeamento acaba retornando, causando problemas na transmissão. Teoricamente, se o cabo fosse infinito não haveria retorno, deste modo são calculados resistores equivalentes que conseguem dissipar toda a diferença de potencial. Esses resistores, normalmente de 120 ohms, são instalados nas extermidades da rede, nos chicotes dos módulos principais, eliminando esse problema.
A partir de 1991 (5) nos Estados Unidos, começaram a surgir leis que obrigam às montadoras, fornecerem um meio de verificação do status do veículo quanto à emissão de poluentes, disponibilizando alguma forma para acoplamento de um dispositivo externo, como um computador, para verificar o estado de cada um dos sensores relativos a emissões. Em 1996 o conector OBDII foi padronizado tendo sua presença obrigatória desde então. No Brasil essa obrigatoriedade ocorreu em 2010. Esse conector deve também permitir o acesso à leitura dos dados das ECU’s relativos ao seu funcionamento, tornando a manutenção do sistema simplificada e deve ficar no interior da cabine, em um raio de 0,61 cm a partir do centro do volante, para ser alcançado com facilidade.
Referências
Como funciona a rede CAN Automotiva
Protocolos das Redes CAN
Diagnósticos nas Redes CAN
Com este artigo encerramos essa série, mostrando a utilização do flex-box model.
Com a implementação da barra de navegação no sexto artigo desta série, terminamos a elaboração dos menus responsivos.
Continuando com nosso tutorial, veremos como incorporar o menu 'drop-down' ao menu hamburguer.
Na quarta parte deste tutorial, mostramos como criar os menus responsivos de três modos diferentes: hamburguer; ícones com texto e texto explícito e como ativá-los através das 'Media queries'. Neste artigo abordamos a implementação do menu tipo ‘Hamburguer’.
Na terceira parte deste tutorial, mostramos como organizar os arquivos para upload para um servidor, utilizar fontes da Google e os ícones Awesome.
Na segunda parte deste tutorial, mostramos como identificar os elementos visuais de uma página web, definir os comportamentos desejados e estrutura-los em HTML, preparando para estilização e codificação do conteúdo.
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